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Mostrando postagens de abril, 2013

Copacabana, Ostende e Isabelle Huppert

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"Copacabana"  é um filme europeu, dirigido por Marc Fitoussi e interpretado - quase que exclusivamente - pela francesa Isabelle Huppert (num dos papéis mais leves de sua carreira). Apesar do título, você não vai ver a famosa praia carioca nesta produção. Copacabana faz parte do imaginário turístico e libertário que povoa a mente de Babou, uma mulher independente de espírito, com pouco - ou nenhum - tostão no bolso, mas cheia de personalidade e energia. Por não seguir os padrões convencionais, Babou é desprezada pela filha (vivida por Lolita Chammah), que tem vergonha do modo de vida da mãe a ponto de não convidá-la para o seu casamento. Com os sentimentos feridos, Babou aceita um emprego em Ostende , cidade do litoral belga, banhada pelo Mar do Norte. Mesmo com o frio cortante, nossa heróina, descolada e enturmada com os locais, consegue ganhar uma grana alugando apartamentos em plena baixa temporada e (apesar de alguns momentos difíceis) dá a volta por cima, necessária par

"Paris-Manhattan", uma celebração a Woody Allen

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Como os dois últimos posts deste blog foram sobre filmes ambientados em Paris ou em Manhattan e – claramente - inspirados no universo de Woody Allen (“2 dias em Paris” e “2 dias em Nova York”, dirigidos e interpretados por Julie Delpy), decidi fechar este ciclo com o mais ‘declarado’ de todos: “Paris-Manhattan” . O filme dirigido por Sophie Lellouche (que também assina roteiro e diálogos) é tão Woody que o próprio diretor participa de uma cena no seu final   e define o futuro da mocinha, Alice Ovitz (interpretada pela simpática Alice Teglioni). Alice conheceu o trabalho de Allen aos 15 anos de idade (no início do filme, encontramos a jovem no cinema, assistindo a cena de “Hannah e suas irmãs” em que Woody Allen acredita que vai morrer, mas logo é tranquilizado pelo médico de que está tudo em ordem com ele) e apaixona-se à primeira vista. Ela passa a buscar no pensamento de Allen respostas para a sua vida. Apesar da inspiração total, o filme tem um caminho próprio e é -do se

2 dias em Paris

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Em “ Dois dias em Paris ” ( Two Days in Paris , 2007), Julie Delpy é Marion, uma francesa que fez uma viagem romântica com o namorado pela Itália e, antes de retornar à Nova York, faz uma parada em Paris para ver os pais e buscar o gato, Jean-Luc. Geralmente, as pessoas vão a Paris e se apaixonam. No caso do já apaixonado casal, uma vez na capital francesa e perto dos seus familiares e amigos do passado, Marion começa a mostrar para Jack uma face da sua personalidade que ele desconhecia. A jovem se desequilibra e discute por motivos que Jack deixaria passar: a situação acontece em taxis, restaurantes, na rua, etc. Além disso, o rapaz começa a obter informações do passado sexual da namorada que preferia não saber. É um filme divertido – as falas são inteligentíssimas e Adam Goldberg merecia prêmios por sua interpretação – mas, é também, um filme muito mais profundo do que “ 2 dias em Nova York ”, lançado neste fim de semana (Leia sobre o filme no post anterior a este, neste blog

2 dias em Nova York

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Julie Delpy está de volta - dirigindo e interpretando - no filme " 2 dias em Nova York " ( Two Days in New York ). A atriz retoma o seu papel de "2 dias em Paris" (filme de 2007 e próximo post deste blog) como a francesa Marion, que deixou a Cidade Luz para viver em Manhattan com o seu antigo namorado, Jack (Adam Goldberg, que não aparece nesta bem-humorada sequência). Trabalhando como fotógrafa, ela tem um filhinho da relação anterior e mora com o marido, Mingus (interpretado por Chris Rock) e a filha dele. O quarteto vive bem até a chegada dos parentes franceses da jovem - o pai, a irmã e um antigo namorado - que viajam até os Estados Unidos para prestigiar a abertura da exposição de Marion. As situações mais bizarras e divertidas, que destacam - mais uma vez! - as diferenças culturais entre franceses e americanos, nos fazem esquecer a noção do tempo. Em relação aos cenários usados no filme, um dos maiores destaques é o Central Park , o belo e enorme espaço v

"Tarde demais para esquecer": uma parada em Ville Franche

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Durante uma viagem num transatlântico da Europa rumo aos EUA, Nicky Ferrante (Cary Grant) conhece Terry Mackay (Débora Kerr) e, após algumas situações embaraçosas e divertidas, os dois passam de meros conhecidos a grandes enamorados. Uma dessas situações, a que mais contribuiu para o início dessa paixão, foi o passeio que os dois fizeram à “Ville Franche”, na costa mediterrânea francesa. Eu n ão saberia dizer se as imagens da Villefranche-sur-le-mer mostradas no filme "Tarde Demais para Esquecer" ( An Affair To Remember ) são reais ou montadas em estúdio, mas o que importa mesmo é o seu impacto sobre o espectador e a sua capacidade de fazê-lo desejar passar um tempo - mesmo que sejam algumas poucas horas, como o casal do filme fez - num lugar tão encantador quanto aquele da casa da avó de Nicky Ferrante! Como disse a personagem de Débora Kerr: "Ah! Alguma coisa aqui nos faz querer sussurrar!".

O discreto charme da burguesia

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Divulgação Quer viver uma cena de cinema? Encontre uma estrada semi-deserta. Chame seis amigos. Você e cinco deles se vestirão de forma elegante e caminharão pela estrada, sem rumo, mas sempre em frente. Peça ao sexto amigo, aquele mais artistico da turma, para filmar esta pequena aventura e, de repente, vocês se darão conta de que estarão vivendo uma cena no melhor estilo surrealista de 'Luis Buñuel', inspirada em seu famoso e oscarizado "O discreto charme da burguesia" ( Le charme discret de la bourgeoisie , de 1972). O melhor é que vocês podem passar por esta experiência em qualquer país que estejam (Brasil, Portugal, Argentina, Espanha e tantos outros, quem sabe até na França, local das filmagens de Buñuel). Antes de tudo, evidentemente, assistam o filme. É muito interessante e uma crítica semi-disfarçada aos hábitos burgueses...nem sempre discretos.

"Vaux Le Vicomte", um castelo francês de cinema

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Foto: Atout France / R-Cast www.travel.aol.co.uk Se existisse um prêmio para o palácio que mais apareceu em filmes, este seria dado ao  Château de Vaux-Le-Vicomte . É impressionante o número de produções cinematográficas que estampam a sua bela imagem barroca do século XVII como locação. São mais de 20 filmes, desde a década de 1960 até os nossos dias. Dentre eles, destaco dois: "Maria Antonieta" (de 2006) e "007 Contra o Foguete da Morte" (de 1979). No primeiro, o Vaux-Le-Vicomte - que é a única propriedade privada da França considerada Monumento Histórico - é usado como o palácio austríaco onde Maria Antonieta vive até ser negociada como futura rainha da França. O filme de James Bond, por sua vez, merece o crédito de ser a produção que mais 'explorou' as imagens do palácio: são mais de 30 minutos de estória acontecendo dentro e fora do Château, oportunidade que temos de apreciar toda a beleza da sua arquitetura, do mobiliário e dos seus esp

O Xangô de Baker Street e o Real Gabinete Português de Leitura

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Cena do filme "O Xangô de Baker Street" em que Sherlock Holmes (Joaquim Almeida, divertidíssimo!) salva Anna Candelária (Thalma de Freitas) do ' serial killer '. Foto: divulgação. Quem não se divertiu lendo “O Xangô de Baker Street” , do inspiradíssimo Jô Soares? Ou assistindo a adaptação do título para o cinema – bem fiel à obra - feita pelo diretor Miguel Faria Jr? Eu confesso que ri muito com os dois: o livro permanece como o meu romance favorito da bibliografia do autor, enquanto que o DVD alegra a minha coleção de filmes há muito tempo. Uma das cenas mais engraçada de ambos - livro e filme - é aquela em que o ‘serial killer’ foge da perseguição de Sherlock Holmes, depois de uma fracassada tentativa de matar Anna Candelária. Na versão impressa, o bandido refugia-se na Biblioteca Nacional – ‘um dos orgulhos do imperador, com seus mais de cem mil volumes, distribuídos em quarenta e duas salas’. No filme, por sua vez, foi o espetacular Real Gabinete

Elizabeth, Mr. Darcy e uma bela casa em Pemberley

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Acredito que nove em dez pessoas que amam a obra de Jane Austen têm em “Orgulho e Preconceito” o seu livro favorito e adorariam viver uma história de amor no melhor estilo ‘Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy’, ou simplesmente, ‘Mister Darcy’ (mesmo que a fictícia história tenha ‘ocorrido’ no final do século XVIII!). O romance atravessou o tempo e foi levado à telinha e à telona. Sou fã do livro e adoro a versão de cinema estrelada por Matthew Macfadyen e Keira Knightley. Apesar de Macfadyen ter feito bonito, o papel de Darcy projetou mesmo – e merecidamente! - foi Colin Firth de ator televisivo a astro do cinema global. Ele, que apesar de ter participado de produções mundialmente reconhecidas, como “O paciente inglês”, “Shakespeare apaixonado”, “Bridget Jones” e “O discurso do rei” (que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator), será sempre lembrado como o orgulhoso e apaixonado personagem da trama de Austen. Para muitas mulheres (especialmente, as inglesas) imaginar Darcy é visu

"José do Egito"

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 Hoje, abri uma exceção neste espaço: este post não trata de uma viagem feita através do mundo do cinema, mas, da minissérie “ José do Egito ”, da Rede Record. Desde a minha infância que sou fascinada pelas histórias da Bíblia envolvendo o Egito (da impressionante trajetória do filho de Jacó à de Moisés – abandono nas águas do Nilo, abertura do Mar Vermelho, etc.). Assim, naturalmente, passei a acompanhar a versão televisiva da vida de José e  tenho me surpreendido – positivamente – com a qualidade da série e o respeito da produção aos fatos bíblicos. Daí para o post, foi um pulo...   @@@@@@@@@@ José jovem interpretado por Ricky Tavares A História de José José foi o 11º entre os 12 filhos de Jacó e o 1º do pai e a mulher que ele tanto amava, Raquel. Jacó perdeu a esposa durante o parto de seu caçula, Benjamim, e era natural que ele quisesse muito bem aos filhos que tivera com ela. Acontece que os outros irmãos sentiam tanto ciúme de José, que o venderam, com 17 anos