Elizabeth, Mr. Darcy e uma bela casa em Pemberley

Acredito que nove em dez pessoas que amam a obra de Jane Austen têm em “Orgulho e Preconceito” o seu livro favorito e adorariam viver uma história de amor no melhor estilo ‘Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy’, ou simplesmente, ‘Mister Darcy’ (mesmo que a fictícia história tenha ‘ocorrido’ no final do século XVIII!).


O romance atravessou o tempo e foi levado à telinha e à telona. Sou fã do livro e adoro a versão de cinema estrelada por Matthew Macfadyen e Keira Knightley. Apesar de Macfadyen ter feito bonito, o papel de Darcy projetou mesmo – e merecidamente! - foi Colin Firth de ator televisivo a astro do cinema global. Ele, que apesar de ter participado de produções mundialmente reconhecidas, como “O paciente inglês”, “Shakespeare apaixonado”, “Bridget Jones” e “O discurso do rei” (que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator), será sempre lembrado como o orgulhoso e apaixonado personagem da trama de Austen. Para muitas mulheres (especialmente, as inglesas) imaginar Darcy é visualizar o rosto de Fifth.



Interpretações à parte, ao ler o romance e ver as versões da BBC e do cinema, a cena que mais me causa encantamento é a da chegada de Elizabeth na casa de Darcy, em Pemberley, pouco tempo depois de a jovem ter rejeitado o rapaz e o seu abrupto pedido de casamento. Acompanhe a cena abaixo, retirada do romance de Jane Austen, e veja se ela é ou não é um verdadeiro convite a um passeio pela propriedade localizada no nordeste da Inglaterra: 



“A caminho, Elizabeth esperava com emoção a primeira visão dos bosques de Pemberley. E quando finalmente chegaram à casa do vigia e entraram no parque, sua agitação aumentou ainda mais.

O parque era enorme e exibia grande variedade de cenários. Adentraram-no pela parte mais baixa e por algum tempo caminharam através de um belo e amplo bosque.

Apesar da conversa animada que mantinha com os tios, Elizabeth não deixou de ver e admirar todas as vistas e locais pitorescos. Por oitocentos metros o caminho subia suavemente e após certo tempo viram-se o cume de um morro bem alto, onde o bosque se interrompia.

Do outro lado do parque logo se avistava a casa de Pemberley, e a estrada, encurvando-se abruptamente, descia em direção a ela. Era uma grande e bela construção, situada na encosta de uma colina, atrás da qual se elevava outra sucessão de lindas colunas arborizadas. Diante da casa, corria um riacho de tamanho médio que, represado, formava um pequeno lago. Suas margens não haviam sido enfeitadas pela mão do homem. Elizabeth ficou encantada. Nunca vira um local tão privilegiado pela natureza. Lá, essa beleza natural ainda não fora prejudicada por artifícios de gosto duvidoso...

Desceram a colina, atravessaram a ponte e acercaram-se da casa... Depois de pedirem para ver a casa, foram conduzidos ao salão... A caseira enfim veio... Acompanharam-na até a sala de jantar. Era uma sala grande, bem proporcionada e mobiliada com elegância. Elizabeth, depois de olhá-la de relance, aproximou-se de uma das janelas para apreciar a vista. A colina de onde haviam descido, com suas árvores frondosas, embora parecesse mais abrupta era mais bonita de longe. Tudo naquelas terras fora bem aproveitado. Encantada, Elizabeth admirou a paisagem, o rio, as árvores espalhadas pelas margens, o vale serpenteado até onde a vista podia alcançar.

Da perspectiva dos outros quartos, o cenário variava. Mas todas as janelas descortinavam uma linda vista. Os quartos eram espaçosos e elegantes. E a mobília revelava a fortuna do proprietário; não obstante, Elizabeth admirou o bom gosto dos móveis, que não eram nem vistosos demais nem inutilmente rebuscados...

A tia a chamou para olhar um quadro. Ela aproximou-se e viu sobre a lareira um retrato do sr. Wickham no meio de diversas outras miniaturas...

- E esse – disse a sra. Reynolds, apontando para outra miniatura – é o meu patrão. O retrato é bastante fiel. Foi feito ao mesmo tempo que o outro, oito anos atrás.

- Já ouvi dizer que o seu patrão é um belo rapaz – comentou a sra. Gardiner, observando o retrato. – O rosto é simpático. Mas, Lizzy, você pode dizer se o retrato é fiel ou não.

O respeito da sra.Reynolds por Elizabeth pareceu aumentar depois dessa referência às suas relações com o patrão.

- A senhora conhece o senhor Darcy?

Elizabeth corou e respondeu:

- Um pouco.

- E não acha que é um belo homem?

- Realmente.” 

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Se gostou deste pequeno trecho, aproveite o momento para ler o livro ou assistir o dvd (e tanto faz se da série de tevê ou do cinema, pois ambos são ótimos!).  Depois disso, você pode: decidir se gostaria ou não de viver este tipo de romance; ganhar um pouco de conteúdo para o próximo papo com quem curte a obra de Austen; ou ainda, sendo um viajante de cinema, pode incluir o destino na sua próxima viagem à terra da Rainha!

Comentários

  1. Uma das minhas histórias prediletas. Tanto o livro como as adaptações. Certamente me inspirou para uma visita aos cenários do filme. Abs.

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    1. Fabio, além dos livros dela, tem um filme bem interessante, chamado "O clube de leitura de Jane Austen". Veja, quando tiver um tempinho. É bem interessante por fazer-nos pensar na vida, e nos rumos que ela dá. Tudo inspirado na obra de Austen.

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