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Mostrando postagens de julho, 2012

Ernest Hemingway, um escritor americano em Paris

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Há exatos 113 anos, nascia Ernest Hemingway. Americano de Illinois, ele foi um homem que viveu intensamente, fazendo o que mais gostava. Viajou pela América, Europa e África, bebeu de tudo, divertiu-se em pescarias e nas touradas espanholas, apostou em cavalos e morou aonde quis ou teve oportunidade: Havana, Key West, Paris... Casou-se quatro vezes e teve três filhos. Escritor corajoso, ele abandonou o Jornalismo para dedicar-se a Literatura. Valeu o esforço. Entre os seus melhores romances estão  O Sol Também se Levanta , Adeus às Armas  e  O Velho e o Mar . Ganhou muitos prêmios, sendo o Nobel da Literatura o mais importante de todos. Nos anos de 1921 até 1927, Hemingway viveu em Paris. Ouso dizer que, com o livro autobiográfico, Paris é uma Festa , ele projetou a Cidade Luz como um destino de sonho. Endereços plebeus como a Rue Mouffetard , a Place de Contrescarpe e a Rue Cardinal Lemoine , e outros mais elegantes como a Rue de Fleurus e os Jardins de Luxembourg passa

"O Velho e o Mar" e um Prêmio Nobel para Hemingway

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Naquele dia do mês de setembro, o velho Santiago caminhava em direção ao mar, sentindo-se confiante. Depois de 84 dias sem conseguir pescar nada, ele tinha certeza que aquele era o seu dia de sorte. Iria pescar um peixe dos grandes. Em maio, qualquer pescador conseguia capturar um peixe grande; ele queria vê-los pescar um desses em setembro. Ao seu lado, o garoto Manolin, seu único amigo, ajudava-o a carregar a tralha para o barco. O garoto sentia uma dor imensa de ver a situação precária em que o velho vivia, e tentava apoia-lo no que pudesse. Manolin cuidava para que o velho não passasse fome e adorava escutá-lo sobre as partidas de beisebol americano. Agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, “O Velho e o Mar” é, provavelmente, o livro mais lembrado e querido dos leitores de Ernest Hemingway. Para mim, foi a história mais triste de todas. Ver um homem jovem sofrendo é difícil (como acontece em “Adeus às armas”, por exemplo), mas ver isso acontecer a um idoso é bem pior.

Reflexões sobre a vida em "As neves do Kilimanjaro"

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Sobre o conto “Tudo estava chegando ao fim, pensou ele. Agora ele nunca teria a oportunidade de terminar isso... Percebia, também, que jamais escreveria sobre os temas que deixara para colocar no papel quando realmente se sentisse preparado para escrever sobre eles”.   O pensamento acima é de Harry Street, um escritor americano e homem vigoroso, que volta à África na tentativa de reviver os momentos felizes de quando lá esteve pela primeira vez.   No meio da selva, tentando fotografar impalas, ele sofre um arranhão e coça a região afetada, sem se lembrar de passar iodo. O ferimento se agrava a ponto dele acreditar que sua perna precisa ser amputada. Aguardando um socorro que não chega, ele se vê frente a frente com a morte. É nesse momento que Harry repassa a sua vida e pensa em tudo que gostaria de ter feito e escrito, mas que havia postergado por não se sentir preparado ou ter medo do fracasso. Ali, deitado naquele catre aos pés do Monte Kilimanjaro, ele sabia que não t

Um tour pela Milão de Hemingway, em "Adeus às armas"

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“O drama romântico mais belo já escrito!” (Fran Mateus) A obra Frederic Henry é um jovem americano que alista-se no exército da Itália para servir na I Guerra Mundial. Os seus valores são repensados ao conhecer e apaixonar-se pela enfermeira inglesa, Catherine Barkley. Quando ele corre o risco de ser fuzilado pelos próprios italianos, que o confundem com um espião, esses valores caem por terra. A paixão entre Fred e Cat começa no front da cidade de Gorízia, localizada na região de Friuli-Venezia-Giulia, mas pega fogo mesmo em Milão, na região da Lombardia, para onde ele é enviado com ferimentos de guerra e Cat é transferida para ajudar no Hospital Americano. “Adeus às Armas” é o segundo romance escrito por Ernest Hemingway, e primeiro desde que ele deixou Paris.   Lançado em 1929, ele teve adaptações para o cinema. Eu assisti a versão do ano de 1957, dirigido por Charles Vidor e muito fiel ao livro. Rock Hudson e Jennifer Jones interpretaram os papéis principai

"Hemingway e seus contos"

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Marco Antonio R. de Castro (*) Ernest Hemingway tornou-se um escritor famoso e festejado em todo mundo por seus romances e novelas. Os seus inúmeros contos já não são tão conhecidos, festejados e comentados. Se bem que, hoje em dia, há quem prefira a concisão dos seus contos, o que eu, pessoalmente, penso ser uma bobagem. No entanto, alguns contos alcançaram grande fama, mas poucos sabem que eram contos e não romances. Por exemplo: ‘ As neves do Kilimanjaro ’ é um conto que foi filmado, com Gregory Peck e Ava Gardner nos papéis principais. Mas, o filme tem um erro crasso: ao final dá a ideia errada sobre o destino do caçador. Mais não digo para não estragar o prazer de quem for ler essa pequena obra-prima; outro texto famoso, que muitos desconhecem ser um conto, é ‘ Os pistoleiros ’, que foi levado à tela com uma atuação magnífica de Burt Lancaster – foi sua estreia como ator-, dirigido por Robert Siodmak e chamado ‘ The killers ’. O próprio Hemingway escreveu um texto esco

"O sol também se levanta": O 'papa' em Pamplona (II)

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Desde o meio-dia de hoje, 06 de julho, até a meia-noite do próximo dia 14, Pamplona sediará um evento que encantava Ernest Hemingway. Qual? A ‘ Fiesta de San Fermín ’. O ‘Papa’ foi, e continua sendo, o maior garoto-propaganda da badalação espanhola, que mistura rituais religiosos (como procissões e cantorias) com as tão conhecidas (e, por muitos, criticadas) touradas. A ‘Fiesta’ foi imortalizada em “ O sol também se levanta” . Até hoje, o primeiro romance de Hemingway consegue enviar mais turistas estrangeiros a Pamplona do que todos os pacotes de viagens tradicionais juntos.  Como vimos na postagem anterior, Jack Barnes tinha ‘afición’ pelas touradas e costumava passar os seus verões na Espanha. Sua viagem começa com paradas para pescarias em Burguette, seguindo dali, geralmente acompanhado de amigos, para as curtições da região de Navarra, na região basca. Para apreciar o passeio por Pamplona com os amigos Jack, Bill, Brett, Mike e Cohn,   sugiro que, após a leitura

Especial Hemingway: "O sol também se levanta" (I)

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Início da década de 1920. Era o tempo dos cabogramas, dos fiacres e de uma Paris repleta de expatriados americanos em busca de custo baixo e uma vida regada a bebidas, festas e literatura. Como disse Jake Barnes: “Éramos parte daquela espetacular geração perdida de jovens, que continuavam a viver, como se estivessem para morrer”. É sobre um grupo de amigos expatriados, daquela geração formada no pós-guerra - e que, por isso mesmo, apreciava o fato de estarem vivos antes de tudo - que lemos em “O sol também se levanta” , primeiro romance de Ernest Hemingway, lançado em 1926. Na trama, Jake é um jornalista baseado em Paris, que mora na Margem Esquerda do Sena, e trabalha do outro lado do rio, na avenida da Ópera, número 49. Ferido na guerra, ele ama a inglesa Brett Ashley, é correspondido, mas não pode ficar com ela. Acontece que Lady Ashley é uma mulher bela, volúvel e apreciadora voraz dos prazeres da carne. Mesmo comprometida com o escocês Mick Campbell, ela se envolve em a