Golpe de Sorte em Paris
A história:
Numa bela tarde parisiense, Fanny (Lou de Laâge) caminha pela Avenue Montainge, depois do seu horário de almoço e rumo ao seu local de trabalho, quando é cumprimentada por Alain (Niels Schneider), um amigo dos tempos de escola. O belo rapaz passa a acompanhá-la, relembrando os velhos tempos e, antes de despedir-se, intencionalmente ou não, deixa escapar que era apaixonado por ela.
Os dias vão passando e Fanny e Alain passam a se encontrar durante os horários de almoço dela. Um desses momentos acontece nos Jardins de Luxemburgo; outros, nos jardins do Palais Royal, ao lado da Champs Elysées. Aos poucos, a jovem não só passa a gostar do cortejo do amigo escritor e poeta como, depois de algum tempo, cai nos braços dele.
O problema é que Fanny é casada com o possessivo Jean (Melvil Poupaud), um homem bem sucedido, mas de passado obscuro, que está constantemente telefonando para saber como e onde ela está. E isso não será nada bom para Alain.
No meio desse triângulo entra em cena a mãe de Fanny, Camille (Valérie Lemercier). Uma mulher inteligente e que logo percebe o que está acontecendo com a filha. No início da história, essa personagem demostra gostar de Jean e da devoção dele por sua filha. No entanto, quando Alain desaparece misteriosamente, ela passa a acreditar que o genro tenha descoberto que estava sendo traído e que tenha dado um fim no seu oponente.
Até o final da trama, vamos descobrir se e quem teve um golpe de sorte na cidade. Mas quem? Qual personagem conseguirá sair ileso dessa história de traição seguida de 'tentativas' de assassinatos?
Detalhes do filme:
Golpe de Sorte em Paris (Coup de Chance, 2023) foi escrito e dirigido por Woody Allen e apesar do seu roteiro aparentemente simples e bem tratado em outros filmes (inclusive pelo próprio Allen em Crimes e Pecados e Match Point), o mais divertido e mais neurótico cineasta de todos os tempos não se repetiu dessa vez; pelo menos, na minha opinião.
Quem acompanha o trabalho dele desde o princípio, talvez sinta falta de algum personagem falando algo que já foi dito em outras de suas histórias, como quase sempre acontece. Bem, neste filme, Woody Allen se supera e consegue não repetir suas frases de efeito e nem mesmo os atores com quem já trabalhou em algum momento de sua carreira. Eu gostei disso, pois mostrou que ele consegue entregar algo novo, uma lufada de ar fresco, para os seus personagens.
Assim como em Meia-Noite em Paris (2011), Golpe de Sorte em Paris foi rodado, quase que exclusivamente, na capital francesa. A diferença é que, dessa vez, Allen trabalha somente com astros e estrelas atores europeus (franceses, em sua maioria) falando no idioma francês. O que nos leva a um dos melhores assuntos dos filmes de Allen: as suas locações parisienses.
Principais locações:
Exceto pelas cenas nas margens do Rio Sena, Woody Allen trabalha, praticamente, com locações novas de sua amada Paris. Confira algumas.
- Fanny negocia obras de arte para a galeria Artcurial. Para representar a sofisticação desse ambiente, Allen usou a fachada do Hôtel Marcel Dassault. A piscina desse hotel foi exibida numa outra cena envolvendo a mesma personagem e sua amiga Julia (Sara Martins). Onde: 7 Rond-point des Champs-Elysées.
- Jean encontra-se com os seus dois 'capangas' nas margens do Rio Sena com a Pont Neuf. Desconfie da próxima vez que você for a Paris, visitar essa ponte e cruzar com 3 homens conversando em tom baixo e de forma suspeita☺.
- Quando começa a desconfiar do genro, Camille leva Fanny até o Café de L'Epoque (desde 1826, uma daquelas joias da gastronomia francesa) para alertar a filha sobre o problema. Onde: 2 Rue du Bouloi.
- O charmoso flat de Alain fica num prédio belo e antigo da rue de Tournon, no Quartier Latin. Ainda preciso descobrir em qual deles.
- As cenas que acontecem no campo foram rodadas na Floresta de Montmorency. É neste local, numa cena quase no final do filme, onde eu acredito que acontece o verdadeiro golpe de sorte da história. Fique ligado/a.
Vale a pena!
Acho que vale a pena você assistir Golpe de Sorte em Paris e ver o que acha dessa combinação do velho Allen (no que diz respeito à filmar na cidade de Paris, à história de traição conjugal, a sair/não sair ileso da aventura) com o novo Allen (não repetir diálogos, atores, locações parisienses e nem idioma) no 50º filme de sua carreira (torço muito para não ser o último, como ele próprio tem sinalizado para a imprensa).
Penso que posso dizer que tudo funciona muito bem para os fãs de Allen (como eu) e para boa parte da crítica especializada mundial (que fez muitos elogios a esse filme).
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