"O Velho e o Mar" e um Prêmio Nobel para Hemingway
Naquele dia do mês de setembro, o
velho Santiago caminhava em direção ao mar, sentindo-se confiante. Depois de 84
dias sem conseguir pescar nada, ele tinha certeza que aquele era o seu dia de
sorte. Iria pescar um peixe dos grandes. Em maio, qualquer pescador conseguia capturar um peixe grande; ele queria vê-los pescar um desses em setembro. Ao
seu lado, o garoto Manolin, seu único amigo, ajudava-o a carregar a tralha para
o barco. O garoto sentia uma dor imensa de ver a situação precária em que o
velho vivia, e tentava apoia-lo no que pudesse. Manolin cuidava para que o
velho não passasse fome e adorava escutá-lo sobre as partidas de beisebol
americano.
Agraciado com o Prêmio Nobel de
Literatura, “O Velho e o Mar” é, provavelmente, o livro mais lembrado e querido
dos leitores de Ernest Hemingway. Para mim, foi a história mais triste de
todas. Ver um homem jovem sofrendo é difícil (como acontece em “Adeus às armas”,
por exemplo), mas ver isso acontecer a um idoso é bem pior. O romance de 1952
nos mostra a luta entre Santiago e um marlin imenso, de quase cinco metros, numa batalha em que o velho fora desafiado até
o seu limite.
Levado às telas grandes em 1958, “O
Velho e o Mar” teve como protagonista o ator Spencer Tracy, escolhido pelo
próprio Hemingway. O filme recebeu nove indicações para o Oscar. Ganhou o de
trilha sonora. Spencer Tracy também fora indicado. Ele não levou o Oscar, mas
ganhou o Prêmio de Melhor Ator no National
Board of Review.
O Gulf Stream (espaço no
oceano Atlântico entre Cuba e Miami, nos Estados Unidos) foi o lugar escolhido
por Hemingway para ambientar a luta entre Santiago e o marlin. No filme, além
de Cuba, foram usadas locações no Peru, no Panamá, em Nassau e no Havaí.
A escolha de Havana como lugar de
residência do velho Santiago e do garoto Manolin não foi aleatória. No ano de
1936, Hemingway escreveu um artigo sobre uma história verdadeira, de um velho
pescador cubano e a sua luta de dois dias e duas noites com um marlin enorme.
Sabe-se que o escritor morou em Cuba nas décadas de 40 e 50 e foi ali, que ele
resolveu escrever a sua obra-prima.
Na ilha de Fidel Castro, Hemingway
tinha os seus lugares preferidos. Ele gostava de beber no bar “La bodeguita del médio” e de pescar em Cayo Guilhermo. Se visitar a capital cubana, não deixe de ir ao “Museu Hemingway”, em Finca Vijia, e conheça alguns dos seus pertences e modo de vida do seu período cubano.
Curiosidade: pesquisando para esta postagem, vi uma foto do ‘Papa’ visitando o set de filmagens de “Nosso homem em Havana” (escrito por Graham Greene) e conversando com Alec Guiness e Noel Coward.
Curiosidade: pesquisando para esta postagem, vi uma foto do ‘Papa’ visitando o set de filmagens de “Nosso homem em Havana” (escrito por Graham Greene) e conversando com Alec Guiness e Noel Coward.
La Bodequita Del Médio, em Habana Vieja |
Fazer um tour pelos espaços
culturais: o “Museu da revolução”, para
ver itens de Fidel Castro e Che Guevara; o “Museu de Artes Decorativas”, que expõe até um busto de mármore de
Maria Antonieta (!); e o “Museu Nacional de Belas Artes”, com telas dos principais mestres da pintura latina e mundial.
Museu Hemingway, na casa onde o escritor viveu, em Finca Vijia. |
Em matéria de arquitetura, as
visitas mais indicadas são o Gran Teatro,
em estilo barroco (aproveite para assistir um concerto por lá), o Capitólio, com seu estilo Art Nouveau e
o Edíficio Bacardi, um exemplar do
Art Deco. Complete o passeio explorando as ruelas coloniais de Habana Vieja, tão interessante que
passou a fazer parte da lista da UNESCO World Heritage.
Além de aproveitar as belas
praias cubanas, comprar charutos nas lojas chiques da Calle Mercaderes e assistir
um show no Tropicana completarão o
passeio.
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Para compor esta postagem, li a versão de "O Velho e o Mar" da Bertrand Brasil e assisti o filme de 1958, dirigido por John Sturges, que possui um breve documentário com cenas de Hemingway no mar.
Sobre Havana: 501 Must-Visit Cities, Editora Bounty Books.
Link especial sobre "La Bodeguita"
http://viagem.uol.com.br/ultnot/afp/2012/04/24/la-bodeguita-del-medio-frequentada-por-hemingway-faz-70-anos.jhtm
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