"Cópia Fiel": Kiarostami, Binoche e Lucignano

"A importância de uma obra está no seu olhar" (Kiarostami citando Nietsche).

Cartaz em francês - Divulgação
Cópia Fiel é um daqueles filmes que demorou para chegar ao Brasil, mas que valeu a pena esperar para vê-lo. Pela sua primeira camada de informação, imaginamos tratar da importância entre a cópia e o original no mundo das artes, mas o filme aprofunda-se mesmo é no que é falso e verdadeiro mundo dos relacionamentos.

O filme dirigido por Abbas Kiarostami nos apresenta um 'casal': ele se chama James (interpretado por William Simell), escritor inglês e autor do premiado "Copia Conforme"; ela é a mãe de um garoto pré-adolescente e dona de uma galeria de arte que é interpretada pela maravilhora Juliette Binoche (curiosamente, a personagem não tem o seu nome mencionado em nenhum momento da narrativa). Ambos começam como desconhecidos e, num determinado ponto da história, passam a se tratar como marido e mulher, num relacionamento que está completando 15 anos.

O casal discutindo a relação pelas ruas de Lucignano
O cenário desta história são as cidades de Florença e Arezzo, na Itália. O casal percorre estradas cheias de charme até chegar na pequena Lucignano, fazendo com que o espectador queira realizar o mesmo roteiro. É na cidadezinha de pouco mais de 3500 habitantes que a maior parte da história transcorre.

Por quase 2 horas, você é convidado a entrar em algumas ruelas encantadoras e sair em outras, descobrir um café charmoso, uma praçinha simpática, algumas galerias de arte e a pousada onde o casal passou a sua lua-de-mel.

Pelas imagens apresentadas no filme, uma coisa nós aprendemos: a região da Toscana é um ambiente para se conhecer calmamente e sem roteiro pré-definido. É um mundo cheio de possibilidades e descobertas, onde a próxima rua pode ser tão ou mais agradável quanto a que você acabou de deixar para trás.

Juliette numa ruela de Lucignano
Com este filme de 2010, Juliette ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Merecido! Ela tem um brilho que enche a telona. E é, na minha opinião, a melhor representante do cinema francês para o mundo.

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