Especial Audrey Hepburn: "A Princesa e o Plebeu"
Naquela primeira noite, em seu quarto, Ann
se ressente de sua agenda repleta de compromissos e sonha com a chance de fazer
coisas que só os plebeus têm direito como sentar-se num café e ver a vida
passar. Depois de uma crise nervosa quando escuta a programação para o dia
seguinte, o médico oficial lhe um sedativo para dormir. Só que 'dormir' não
está nos planos da princesa.
Agindo por impulso, Ann burla a
segurança, escapa da embaixada (filmagens internas no Palazzo Brancaccio) e vai
dar uma volta pela cidade. No entanto, o plano dela falha quando o remédio que
tomou começa a fazer efeito, fazendo-a pegar no sono e deitar-se num banco de frente para o Fórum Romano. A nobre é socorrida pelo jornalista americano
Joe Bradley (Gregory Peck), que passava pelo local à procura de um taxi. Como
não sabe de quem se trata e nem onde a jovem mora, o homem a leva, à
contragosto, para a sua residência, localizada na Via Margutta 51-A.
Na manhã seguinte, Joe descobre a identidade de Ann através de um
jornal matutino e decide lucrar com o ocorrido. Primeiro, ele omite a sua
profissão de jornalista. Depois, quando ela deixa a sua residência sem se
identificar como membro da realeza, ele a segue até as imediações da Fontana di Trevi, onde ela para para cortar o cabelo e, depois, até a Piazza di Spagna, onde Ann senta-se para tomar um gelati.
Fingindo ter sido um encontro acidental, Joe convence a garota a tirar o dia de
folga e acompanhá-lo num passeio pela
cidade. Um "canto da sereia" sedutor demais para a nobre fujona rejeitar.
Quando Ann aceita, Joe começa o tour de
prazeres comuns levando-a ao Café Rocca (que ficava na Via della Rotonda, próximo do Panteão, mas não existe mais), onde combinou de encontrar-se com o
amigo e fotógrafo Irving (Eddie Albert), com o propósito de contratá-lo para documentar,
anonimamente, tudo que a princesa fizer durante o passeio.
Joe e Ann deixam o café a bordo de uma Lambretta ao passo que Irving os segue em seu pequeno carro. A primeira parada é o prédio do anfiteatro Coliseu, onde a princesa se maravilha com a construção histórica mais famosa da Itália.
Em seguida, Joe leva Ann para ver os monumentos da cidade até serem parados por um guarda na Piazza Venezia. O americano vai negociar com o oficial, enquanto a princesa toma conta da moto. Porém, sem querer, ela liga o veículo e o guia desgovernadamente pelas ruas. Joe a alcança, mas não consegue impedi-la de derrubar tudo que aparece pela frente: mesas de cafés, quadros, caixas de feirantes e muito mais. A polícia local acaba com a bagunça e levá-los para uma delegacia. Mais uma vez, Joe precisa usar a sua lábia de jornalista para tirá-los dali.
Na saída da delegacia, ao ver a Igreja Santa Maria in Cosmedin, Joe prega uma peça em Ann, levando-a até ali e desafiando-a a colocar a mão na Bocca della Verità, naquela que se tornou uma das cenas mais famosas desse filme. Os dois mentirosos saem ilesos da pequena aventura.
Próximos destinos: o Muro dos Ex Voto di Largo Prenestre,
em Trastevere, seguido de um baile num barco sobre o rio Tibre, aos pés do
Castelo de Sant´Angelo. E é nesse momento em que as coisas complicam para Ann.
Obviamente, o sumiço da princesa causou um rebuliço na família
real, que mandou um exército de guarda-costas a Roma para encontrá-la.
Durante o baile, esses seguranças identificam Ann e tentam levá-la, discretamente,
de volta para o palácio. Como ela resiste, eles provocam uma
briga divertidíssima no local, envolvendo Joe, Irving e até o barbeiro que
havia cortado os fios reais da jovem horas antes. No final, a princesa e o plebeu
conseguem fugir ao passo que os homens à serviço de Vossa Majestade são levados "em cana" pela
polícia italiana.
A essa altura, Joe e Ann já estão apaixonados um pelo outro e, claro,
ela não tem como evitar que ele saiba quem ela é realmente. Os dois passam
algumas horas juntos no apartamento do jornalista, antes dele levá-la de volta
ao palácio da embaixada. A dor da despedida do casal é imensa e continua afligindo-os,
na tarde do dia seguinte, quando Joe precisa cobrir um evento real e Ann,
finalmente, descobre que ele e Irving são jornalistas. Essa cena foi feita num
dos ambientes internos mais belos de Roma, a Galeria Colonna, do Palazzo Colonna.
Cena final na galeria do Palazzo Colonna. Dá para sentir a dor de Joe quando ele se despede de sua princesa. Foto: divulgação Paramount. |
👀 Curiosidades
Lançado em 1953 e dirigido por William Wyder, A Princesa e o Plebeu foi uma das comédias românticas mais bem feitas e aclamadas pelo público e crítica de então. Uma parte do seu sucesso deveu-se à atuação da novata Audrey Hepburn, tão convincente no papel de princesa que acabou ganhando o Oscar de Melhor Atriz por ele. Uma outra parte, à quimica entre ela e Gregory Peck, que se deram muito bem trabalhando juntos e mantiveram a amizade pelo resto de suas vidas. Por fim, Roma também tem a sua parcela nos créditos, pois presenteou os espectadores do filme com locações belíssimas; lugares esses que continuam sendo visitados por gente do mundo inteiro graças a esse clássico da Sétima Arte.
Saiba mais lendo o post Viajando com Audrey Hepburn - Roma
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