Hiroshima, Meu Amor
“Hiroshima, Mon Amour” (1959) é o primeiro longa do diretor
francês, Alain Resnais (muito conhecido no Brasil pelos mais recentes “Amores
Parisienses” e “Medos Privados em Lugares Públicos”). Nele, Resnais conta a
história de uma atriz francesa (Emmanuelle Riva) e de um arquiteto japonês
(Eiji Okada), que iniciam um caso de amor um dia antes dela retornar para a França.
O filme combina a história de vida e sofrimento dos dois – cada um
vivenciou a II Guerra Mundial de forma e em lugares diferentes – mas, ambos
sofreram a perda de entes queridos antes que a bandeira da paz fosse estendida.
O ambiente das filmagens não poderia ser mais propício: a cidade de Hiroshima,
ainda em fase de reconstrução pós-bomba “Little Boy” (lançada sobre a cidade em
6 de agosto de 1945 e responsável pela destruição da cidade e morte de quase toda a
sua população).
Ao assistir “Hiroshima, Mon Amour” não espere um filme fácil, pois ele não é. Posso dizer que é um filme consistente. Se você acompanha-lo até o final, verá que existe sentido para cada cena e diálogo apresentados. Creio que a melhor forma de entender criador e criatura seja lendo o que o próprio Alain Resnais disse sobre seu trabalho, para a “Positif” 190, em fevereiro de 1977:
“Eu coloco poucas perguntas quando faço um filme. Não tenho nenhuma intenção a priori, e acho que é por isso que o espectador pode se sentir nos meus filmes de maneira tão cômoda. Vem daí o paradoxo que faz com que quem não gosta dos meus filmes, os ache cerebrais demais. Mas, para mim, são totalmente instintivos”.
Atualmente, Hiroshima está tão moderna quanto muitas outras cidades japonesas. O que a diferencia das demais são as lembranças do passado, difíceis de serem apagadas quase 70 anos depois do horror pelo qual passou. O filme dentro do filme de Resnais (aquele em que Emmanuele Riva trabalhava quando estava na cidade) falava sobre a paz. Para lembrar este assunto aos locais e visitantes, a Cúpula Genbaku foi transformada no Memorial da Paz de Hiroshima. O lugar foi tombado como Patrimônio Mundial pela Unesco e é um dos mais visitados de todo o Japão.
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