"Morangos Silvestres" na rota Estocolmo - Lund

Fotos: divulgação


Morangos Silvestres (1957), de Ingmar Bergman, é um dos melhores filmes de viagem de todos os tempos. Ele é ambientado na Suécia, na rota Estocolmo - Lund, e  tem como um de seus maiores méritos o fato de seguir a máxima de que, na estrada, "o mais importante não é o destino, mas sim a jornada" (frase atribuída a Ralph Waldo Emerson, que disse algo como "life is a journey, not a destination").

O protagonista dessa história impactante é Isak Borg (Victor Sjöström), um quase octagenário que mora em Estocolmo, mas que precisa viajar até Lund para receber um Título Honorário, na Catedral de Lund, pelos serviços prestados como médico e professor de Medicina. Na noite anterior ao evento, o ancião tem um sonho perturbador e, talvez por issa razão, ele decide fazer o percurso até a sua cidade natal de carro, para passar por um lugar do seu passado e para visitar a sua mãe, que ainda vive e mora na entrada da cidade de Lund.

Se o médico viajasse sozinho talvez a reflexão sobre como conduziu a sua vida até aquele momento e o receio da proximidade da morte fossem experiências depressivas para ele. No entanto, Bergman resolve esse problema dando-lhe alguns companheiros de viagem: Marianne Borg (Ingrid Thulin), a sua nora, que volta para Lund para resolver o rumo de seu casamento com Evald Borg (Gunnar Björnstrand); e os jovens Sara (Bibi Anderson), Anders (Folke Sundquist) e Viktor (Björn Bjelfvenstam), que Isak conhece quando visita a casa onde passou os verões até os seus 20 anos de idade, uma época em que ele era cheio de sonhos e a garota que amava colhia morangos silvestres.


Fotos: divulgação

Sobre os lugares da trama, Isak viveu, estudou e teve o seu primeiro consultório em Lund, mas logo partiu para Estocolmo, onde fez carreira. Lund é uma bela cidade medieval, situada no sul do país e destino de muitos jovens, que buscam ali um ensino superior de qualidade na principal universidade pública local. Já Estocolmo sempre foi o lugar onde "as coisas aconteciam" e ainda acontecem no país. É nela onde vive a família real sueca e onde os fãs do celebrado ABBA podem visitar um museu temático em homenagem a um dos grupos musicais mais famosos de todos os tempos. Naturalmente, a "Veneza do Norte", como a capital da Suécia é conhecida, se tornou um lugar atraente para jovens em início de carreira, tal como aconteceu com Isak.

Voltando ao filme, para você entender o apelo emocional de Morangos Silvestres só mesmo assistindo-o. Além do roteiro interessante, dos personagens inesquecíveis  e de algumas belas paisagens pelo caminho, essa história faz com que nós, espectadores, também queiramos refletir sobre o direcionamento que estamos dando para as nossas vidas, sem precisarmos passar oito décadas para fazer isso. Bons, ruins ou mistos, quaisquer que sejam os resultados desses pensamentos, nós sempre teremos as sábias palavras de Oliver Goldsmith, que afirmou que "a vida é uma jornada que deve ser percorrida, não importa quão ruins sejam as estradas e acomodações". Não sei no seu caso, mas no de Isak, a estrada pode até ter sido um tanto conturbada, mas as acomodações... essas, sem sombra de dúvidas, foram de primeira classe.

 

"Tenho tido sonhos estranhos. Sonhos absurdos. Parece que quero me dizer algo que não quero ouvir acordado... Que estou morto, apesar de vivo.


Morangos Silvestres recebeu uma indicação ao Oscar, os prêmios Urso de Ouro e Globo de Ouro, muito reconhecimento da mídia especializada e passou a constar tanto nas listas do Vaticano e do New York Times como na minha (obviamente 😀) como um dos melhores filmes já feitos! Confira e tire as suas conclusões.


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