A Volta ao Mundo em 80 dias: de Fogg a Palin

 

Fotos: divulgação

A história de "A Volta ao Mundo em 80 Dias" foi criada pelo escritor francês Júlio Verne e publicada em 1873, com o título Le tour du monde en quatre-vingts jours. Ela agradou tanto que ganhou algumas adaptações para a telona ao longo dos anos; a que comentarei aqui é a de 1956, encabeçada por David Niven e dirigida por Michael Anderson.

David Niven interpreta Phileas Fogg, um inglês rico, bem educado, discreto e de hábitos enraizados, entre eles, o de prezar pela pontualidade em tudo e o de querer comer sempre os mesmos tipos de pratos, não importa a época, o clima ou o lugar onde ele esteja. Sócio do Reform Club, todos os dias Fogg vai ao local para ler os jornais, jogar uíste (a sua grande paixão!) e conversar com os demais sócios do clube. Numa dessas conversas, Fogg e os demais cavalheiros discordam sobre a possibilidade de uma pessoa dar a volta pelo mundo em 80 dias: ele acredita nessa teoria; os outros, não. Isso gera uma aposta que envolverá a fortuna de Fogg: se perder a competição, ele perde todo o seu dinheiro; mas, se ganhá-la, ele ficará ainda mais rico. 

Quando fez a arriscada aposta, Phileas Fogg tinha acabado de contratar um novo criado, Passepartout, e contou com ele para servi-lo durante os 80 dias atravessando continentes. Antes de trabalhar para Fogg, o intrépido e experiente Passepartout já havia feito muitas coisas na vida e trata de colocar as suas habilidades 'abrangentes' à disposição do patrão na jornada olímpica. Na Espanha, por exemplo, o francês entra numa arena de touros para que Fogg consiga um barco que os leve à África; e, na Índia, a ousadia de Passepartout é fundamental para salvar a vida da princesa Iouda (Shirley Maclaine). No filme de 1956, esse personagem divertido foi interpretado pelo comediante e ator mexicano Cantinflas

Sobre a princesa Iouda, depois de ser salva por Fogg e Passepartout, ela acompanha a dupla no restante da viagem. Em pouco tempo, a sua beleza exótica e educação inglesa conquistam o coração do inglês, um homem, aparentemente, sem experiência com as mulheres. Mas, nem tudo são flores no caminho de Fogg. Uma das surpresas desagradáveis que ele tem nessa viagem é a atenção voltada para si do inspetor da polícia britânica, Fix (Robert Newton), que o confunde com um ladrão do Banco da Inglaterra e o persegue da África até a América, atrapalhando e atrasando os seus planos.

Foto: Fran Mateus

A volta ao Mundo de Phileas Fogg:
Para dar a sua volta ao redor do planeta, o lorde inglês pega um trem em Londres rumo a Paris. De lá, ele e Passepartout sobrevoam a França num balão e descem em terras espanholas (achando que estavam em Marselha). Em solo espanhol, o criado apresenta-se numa arena de touros para que o patrão consiga um barco para Suez. Já na África, a dupla (com Fix nos calcanhares deles) segue para Bombaim, onde pega um trem para Calcutá. É nessa perna da viagem que eles salvam Iouda.

Fogg, Passpartout e Iouda deixam a Índia e seguem para a Ásia: primeiro, Hong Kong, na China (onde reencontram Fix); depois, Yokohama, no Japão. Após alguns incidentes, o trio e o inspetor cruzam o Oceano Pacífico, de navio, com destino a São Francisco. Uma vez na terra do Tio Sam e depois das participações especiais de Marlene Dietrich, Frank Sinatra e outros astros hollywoodianos da época, eis que Fogg e companhia seguem para Nova York (com muitos incidentes e ataques de índios pelo caminho). O quarteto deixa a América pelo Oceano Atlântico com destino a Liverpool. Porém, Fogg nem bem pisa na sua Inglaterra querida, quando é preso por Fix e tem a sua aposta (aparentemente) prejudicada.

Fogg inspirando Palin:
Se você não leu o romance de Verne e não viu nenhum dos filmes inspirados nessa obra dele, sugiro fazer isso e conferir como essa história termina. Muitos movie-trotters (ou seja, "cinéfilos-viajantes") de várias gerações não só fizeram isso como se empolgaram e colocaram os pés na estrada, seguindo as pegadas de Fogg e seus companheiros. Um deles foi outro inglês famoso, Michael Palin. O integrante do grupo Monty Python, apresentador e escritor de literatura de viagem também registrou a sua façanha num guia divertidíssimo chamado (adivinha!?) Around the World in 80 Days. Eu ainda não fiz isso, mas planos não faltam... 😀

Confira as locações do filme no site do IMDB.


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