Chega de Saudade: União Fraterna, São Paulo


Chega de Saudade (2007), de Laíz Bodanzky, mergulha no universo dos salões de bailes e nas estórias dos seus frequentadores, casos estes recheados de amores, decepções, desejo, rejeição, doenças, muita dança e uma trilha sonora que vai de 'Como Uma Onda', do Lulu Santos aos maiores hits do repertório romântico & brega nacional, dentre os quais algumas músicas de Reginaldo Rossi.

Foto: divulgação
Conheça alguns frequentadores do bailão e suas estórias:

Elza (Betty Faria) quer muito dançar, mas ninguém se interessa por ela. Num certo momento, ela decide pagar um dançarino profissional para matar a vontade e, também, mostrar que ainda é desejada.

Marici (Cássia Kiss) tem um relacionamento com o 'galinha' do baile, Eudes (Sterpan Nercessian), que não pensa duas vezes em trocá-la por uma mulher mais jovem.

Bel (Maria Flor) vai ao baile pela primeira vez, acompanhando Marquinhos (Paulo Vilhena). Ele é o responsável pelo equipamento de som. Observando casais mais velhos, ela se ressente pelo tratamento distante e um tanto grosseiro do jovem namorado.

Ernesto (Homero Kossac) diz a todos que é viúvo, até a noite em que a esposa vai procurá-lo no baile.

Rita (Clarisse Abujamra) mente ao marido que está num shopping, só para poder ir ao baile, onde tem mesa cativa. A cena da dança de tango dela e o Argentino (Raul Bordale) é de tirar o chapéu. Bela escolha de casal: a dupla tem química. 

A minha estória favorita é a de Álvaro (Leonardo Villar) e Alice (Tônia Carrero). Ele, conhecido como o 'rei dos salões', vai ao baile com o pé quebrado. Amargurado, o homem desconta o mau-humor na atenciosa parceira. Num certo momento, ao som de 'Lama', cantada na voz de Elza Soares, ele 'ouve' da falecida esposa (Selma Egrei): "Até quando olha para trás, você só enxerga você mesmo. Mas, pelo menos, é um homem coerente." (bela frase, num roteiro de primeira). Mas, o homem só toma jeito mesmo quando ouve algumas verdades de Alice, a mulher que o ama incondicionalmente. Para mim, a estória destes dois é o ponto alto do filme.



O baile de Chega de Saudade foi ambientado no União Fraterna, um prédio datado de junho de 1934, e tombado, 60 anos depois, pelo Patrimônio Histórico. Pelo menos uma vez por mês, o lugar funciona como um salão de bailes para a terceira idade, possivelmente, com histórias bem parecidas com as mostradas no filme.

Anote o endereço: Rua Guacurus, 01, esquina com a Rua Faustolo, na Água Branca.


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