Stanley Kubrick: o homem, o diretor, a lenda
Para começo de história, eu
sempre li e ouvi falar de Stanley Kubrick, mas nunca antes tinha assistido algum dos
seus filmes. Com a exposição sobre o seu trabalho realizada pelo Museu da
Imagem e do Som, em São Paulo, decidi que já era mais do que hora de desbravar o universo desse
cineasta considerado tão intrigante.
Encantada por biografias,
tratei logo de conhecer o criador, quem ele era antes de tornar-se um dos
diretores mais famosos do mundo, do que gostava, o que o motivava a filmar esse
ou aquele assunto, onde morava e como vivia. O documentário “Stanley Kubrick: Imagens de uma Vida” (Stanley Kubrick: A Life In Pictures) foi perfeito para me introduzir no universo do homem
que conseguiu o mérito de ser admirado por tantos outros nomes de peso do cinema, como Martin Scorsese, Steven
Spielberg e Woody Allen.
Nascido em Nova York, no dia 26
de julho de 1928, Stanley demonstrou, desde cedo, pouco interesse pelo estudo
formal. Em contrapartida, adorava enfiar-se no laboratório de fotografia do pai
em busca da foto perfeita. Uma delas, sobre o sentimento da nação americana
durante o funeral do presidente Roosevelt, foi tão bem tirada que a revista
Look a comprou. Kubrick trabalhou nessa revista por alguns anos até filmar, em
1950, o seu primeiro documentário, “Day
of the Fight”. A experiência com o curta foi fundamental para o rapaz do
Bronx mudar-se para o Greenwich Village e investir no mundo do cinema.
A partir de então, ele realizou filmes
que, se não lhe deram fortuna, foram responsáveis por projetá-lo comercialmente: “Medo e Desejo” (Fear
and Desire, 1953), “A Morte Passou Perto” (Killer´s Kiss, 1955), “O Grande Golpe” (The Killing, 1956), com Sterling Hayden (que atuou no primeiro ‘O
Poderoso Chefão’) e “Glória Feita de Sangue” (Paths of Glory, 1957), um divisor de águas em sua carreira. A
primeira grande produção de Kubrick foi “Spartacus”, de 1960. Ele foi chamado
por Kirk Douglas para assumir a direção. Se o filme deu-lhe notoriedade, também
foi responsável em abrir-lhe os olhos de que deveria ter completo controle
sobre o seu trabalho, o que aconteceu em todas as suas produções seguintes.
No auge do vigor cinematográfico,
Stanley Kubrick causou furor, espanto e admiração entre críticos, profissionais
do cinema e o público em geral. Com títulos e gêneros de filmes tão distintos como “Lolita” (1962),
“Doutor Fantástico” (Dr. Strangelove,
1964), “2001 – Uma Odisseia no Espaço” (2001
– A Space Odyssey, 1968), “Laranja Mecânica” (A Clockwork Orange, 1971), “Barry Lyndon” (1975), “O Iluminado” (The Shining, 1980) e “Nascido Para Matar”
(Full Metal Jacket, 1987), o homem dividiu
opiniões e foi amado e odiado ao mesmo tempo, porém, nunca ignorado.
Esperar por um filme de Kubrick virou febre entre os amantes da sétima
arte. “De Olhos Bem Fechados” (Eyes Wide
Shut), de 1999, foi o seu último trabalho. No dia 07 de março daquele mesmo ano, o exímio enxadrista de 70
anos de idade, morreu em sua mansão, no interior da Ingaterra, lugar aonde morou por mais de quatro décadas com a sua família. Deixou esposa, Christiane
Kubrick, duas filhas, uma enteada, alguns netos, uma irmã, muitos amigos e uma legião de
fãs que até hoje suspiram de vontade de ver mais um grande ‘Kubrick’ na
telona.
Stanley ficou na memória
de quem o conheceu como um homem que podia ser controlador,
megalomaníaco, obsessivo e perfeccionista, ao mesmo tempo em que era considerado amável, calmo e muito reservado. Controverso na vida e na
carreira, inesquecível, um gênio! Até para mim, que estou aprendendo a conhecê-lo...
Saiba mais:http://kubrickfilms.warnerbros.com/
Que legal, Fran. Eu vi faz muito tempo, mas vale a pena ver (rever) "O Grande Golpe", é um dos filmes inovadores que mostram uma mesma história contada sob ângulos diferentes, que depois Tarantino e outros diretores exploraram bastante. Mas o mais impressionante é como ele realizou filmes de tantos gêneros e estilos diferentes, mas conseguiu manter sempre sua marca.
ResponderExcluir"O Grande Golpe" não estava na minha lista, mas acabou de entrar - rs! Obrigada pela dica.
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