Stanley Kubrick: "Lolita"

Divulgação
“O que me enlouquece é a dualidade dessa ninfeta, de toda ninfeta, talvez. A mistura, na minha Lolita, é de uma infantilidade terna e sonhadora e uma vulgaridade velada.”

As palavras acima são do professor de Literatura, Humbert Humbert (magistral interpretação de James Mason), um europeu que acabara de chegar aos Estados Unidos e de apaixonar-se, enlouquecidamente, pela adolescente Lolita (a loirinha Sue Lyon). Para ficar próximo do objeto de desejo, ele casa-se com a mãe da menina, Charlotte Haze (Shelley Winters, para mim, a que faz a melhor interpretação do filme). Quando a esposa descobre que as atenções do marido são destinadas à sua filha, ela se suicida. O caminho fica livre para o ‘quarentão’, já que Lolita retribui as suas atenções. O que Humbert não imagina é que existe um rival no seu encalco, um adversário maquiavélico (Clare Quilty, interpretado por Peter Sellers, um dos poucos atores a trabalhar em mais de um filme de Stanley Kubrick) e que faz um ataque psicológico, jogando contra os medos de Humbert de ter o seu romance descoberto pela sociedade de Ramsdale, em New Hampshire.


Lolita, o filme, conseguiu ser tão polêmico quanto o livro que o inspirou, o romance de Vladimir Nabokov, que foi classificado, até um certo tempo, como pornográfico. Como o próprio escritor trabalhou no roteiro, a pedido de Kubrick, dá para imaginar a polêmica gerada em torno da produção cinematográfica. Se ainda hoje, a temática do professor quarentão, apaixonado pela adolescente de 14 anos (idade alterada para a telona, pois, no livro, a garotinha sedutora tinha 12 anos), causa desconforto, o que dizer da sociedade de 1962, ano do lançamento do filme? Até a Igreja Católica entrou na história e censurou o ‘romance pedófilo’. Mas, tanta polêmica só provocou mais curiosidade e Kubrick viu sua obra-prima transformar-se num sucesso de bilheteria. 

As principais locações

Stanley Kubrick morava na Inglaterra quando fez Lolita e outros filmes posteriores. Assim, o diretor escolheu muitos espaços da região de Buckinghamshire e de Hertfordshire, ambas ao norte de Londres, para ambientar as suas histórias.

A casa de Charlotte e Lolita, na ficção, fica na americana New Hampshire. A locação, todavia, foi na Highburgh House, uma residência situada em Packhorse Road, Gerrard´s Cross, em Buckinghamshire, Inglaterra.

As cenas internas das residências e de outros cenários do filme foram feitas no Elstree Studios, localizado na Shenley Road, em Borehamwood, Hertfordshire.
O castelo de Clare Quilty aparece na abertura e no final do filme, nas cenas que mostram Humbert indo até lá tirar satisfações e acabar com a vida do seu rival. O Hilfield Castle fez às vezes da residência de Quilty e está localizado em Hilfield Lane, em Hertfordshire.

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Saiba mais sobre as locações de "Lolita", através dos links abaixo:


Comentários

  1. Esse filme ainda não vi, mas às vezes tenho a impressão de que o cinema de hoje em dia às vezes parece até mais cheio de pudores do que antigamente. Apesar da polêmica, o filme saiu. Hoje em dia, talvez nossos produtores de cinema apenas interessados em franquias milionárias e produções apoiadas em receitas já testadas (e portanto nada inovadoras), não aprovassem a realização do filme.

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    1. A indústria gostasse ou não, Stanley tinha bala na agulha para fazer o seu filme vingar!!! Hoje em dia, como vc mesmo comenta, o negócio é: dá ou não dá bilheteria? Sobre o filme, assista, pois é bem interessante. O time de atores é soberbo!

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