"Criação" e as casas de Charles Darwin


Criação (Creation, 2009) nos apresenta à fase da vida do naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) em que ele tenta se recuperar da perda de sua filha mais velha, Anne Elizabeth, e escrever um dos livros mais revolucionários de todos os tempos, A origem das espécies.

Do começo ao fim, o filme dirigido por Jon Amiel intercala as memórias do cientista, aqui interpretado por Paul Bettany, dos tempos em que ele esteve a bordo do navio Beagle (e que rendeu o interessante relato A viagem do Beagle) com as suas lembranças da filha querida (Martha West).

O filme também explora a tensão entre Darwin e a sua esposa, Emma (vivida por Jennifer Connelly, esposa de Bettany). Acontece que a anglicana Emma tinha ideias contrárias às do marido em relação ao surgimento do Universo e dos seres que habitam nele: ela acreditava na religião; ele, na ciência. Mas ambos se amavam e concordavam em algo fundamental para a sua união: eles queriam permanecer juntos. Por isso, numa demonstração de amor e de confiança no julgamento da esposa, Darwin pede-lhe que leia o manuscrito do seu livro revolucionário e que decida sobre o destino dele. Bem, se hoje podemos ler sobre as teorias do brilhante naturalista, isso se deve ao fato de Emma ter aprovado a empreitada do marido. 

Lançado pela editora John Murray em 24 de novembro de 1859, "A origem das espécies" teve a sua primeira edição esgotada nesse mesmo dia! O texto dele pode ser lido, na íntegra e em inglês, através do site Project Gutenberg (link).


As casas dos Darwin

No início do casamento (anos de 1839 até 1842), Charles, Emma e seus dois primeiros filhos, William Erasmus e Anne Elizabeth, moraram na Upper Gower Street, nº 12, em Londres. Esse prédio foi destruído por uma bomba em abril de 1941 e, anos depois, ocupado pela Universidade de Londres, que nomeou o edifício como Darwin's Building.

No período retratado pelo filme, o já respeitado geologista morava com a sua família numa casa localizada em Down, no condado de Kent. Na nova propriedade de 2,68 hectares, Charles criou um amplo jardim e um laboratório onde pudesse realizar suas pesquisas botânicas e testar as suas teorias. Emma também fez bom uso do terreno, plantando nele as suas queridas e perfumadas azaléias. Os Darwin moraram nesse local por quarenta anos.

Em 1996, a Down House foi adquirida pela English Heritage e submetida à uma profunda restauração, que lhe devolvesse os ares dos tempos em que um dos filhos mais ilustres da Inglaterra viveu no local. Hoje, o espaço é um museu dedicado a Charles Darwin e aberto para visitação pública.

Anote: Luxted Road, Downe, Kent. 

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