Nebraska, a obra-prima em preto-e-branco de Alexander Payne
Quando eu assisti “Sideways” pela
primeira vez (em 2004), eu achei aquela história uma das melhores e mais belas que
já tinha visto. Com “14e
Arrondissement” (que faz parte de “Paris, eu te amo”), eu me declarei
apaixonada pelo estilo de Alexander Payne. Agora, com “Nebraska”, eu posso dizer essa relação minha com o diretor virou um
caso de amor eterno!
Eu acho incrível o que Payne faz com os roteiros que decide levar para a telona (o de “Nebraska” é de Bob Nelson). Ele transforma problemas da vida de pessoas comuns em histórias extraordinárias, com sutileza, senso de humor e, sem carregar na carga dramática mais do que o que a história pede. É, praticamente, impossível ficar indiferente ao que Payne decide nos mostrar.
Eu acho incrível o que Payne faz com os roteiros que decide levar para a telona (o de “Nebraska” é de Bob Nelson). Ele transforma problemas da vida de pessoas comuns em histórias extraordinárias, com sutileza, senso de humor e, sem carregar na carga dramática mais do que o que a história pede. É, praticamente, impossível ficar indiferente ao que Payne decide nos mostrar.
Mãe e filho possuem opiniões diferentes sobre o tratamento a ser dado ao pai. |
“Nebraska” (2013) trata do tema 'perdão' numa
relação familiar e da recuperação da dignidade de um homem que, desde jovem,
se envolveu com bebidas e, por conta dos seus apagões, 'não viu os filhos crescerem' (figurativamente). O Sr. Woody Grant (Bruce Dern, que concorreu ao Oscar
por este papel e ganhou o Festival de Cannes como melhor ator) é um idoso que tem
por característica acreditar nas pessoas que o cercam. Um dia, ele recebe uma
daquelas malas diretas que informam que o receptor ganhou US$ 1 Milhão e decide
sair da sua cidade para receber o tal prêmio. Sua esposa, Kate Grant (June Squibb) e seu
filho mais velho, Ross (Bob Odenkirk) negam-se a apoia-lo em tamanha loucura e
ameaçam interna-lo num asilo. Seu filho mais novo, David (Will Forte), no
entanto, vendo que o pai não desiste da ideia e querendo passar um pouco de
tempo com ele (com quem sempre teve pouco contato, por causa da embriaguez constante
do pai), decide leva-lo de carro de Montana até Linconls, para que ele tire, de
vez, o assunto da cabeça.
Por conta de um imprevisto na
estrada, David e Woody param em Hawthorne, cidade natal do pai, localizada em
Nebraska (terra natal de Payne, também), para um almoço em família. Durante a viagem, o filho conhece um pouco do
passado do pai, descobre que ele foi um homem bom e muito enganado pelos
outros, e passa a compreendê-lo e a admira-lo. O pai, por sua vez, ‘descobre que tem um filho’ da
melhor forma possível (aqui, Alexander nos presenteia com um dos finais mais singelos e emocionantes de que o
cinema teve notícia). É por filmes como este, por sinal, todo fotografado em preto-e-branco,
que eu fico ansiosa para conhecer o próximo trabalho de Payne. Seguramente, esse homem vai me surpreender e me encantar!
Locações: o ponto alto do filme é
a parada no caminho entre Montana e Nebraska, em Keystone (Dakota do Sul), que os
dois homens fazem para conferir a escultura de autoria de Gutzon Borglum, com os rostos dos quatro presidentes americanos
George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln, instalada
no Monte Rushmore. As falas de
Woody, nesta etapa do filme, é de nos fazer chorar de rir. Sobre a outra
locação bastante explorada no filme, a cidadezinha de Hawthorne, ela não é exatamente um destino turístico, mais parece
um daqueles lugares esquecidos no tempo, que só conseguem ser apreciados por amantes
verdadeiros das viagens de cinema ou fãs incondicionais do diretor, que desejarem
conhecer um pouco mais sobre a sua origem. Quem sabe eu não vá lá um dia...
Quer saber mais? Leia este artigo sobre as filmagens de "Nebraska" (em inglês). É bem interessante!
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