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Mostrando postagens de setembro, 2014

Sangue Negro: Daniel Day-Lewis entre o Texas e a Califórnia

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Não é necessário ser especialista em interpretação para olhar para Daniel Day-Lewis no filme “ Sangue Negro ” ( There Will Be Blood , 2007) e entender o motivo dele ter ganhado o Oscar de Melhor Ator pelo papel de Daniel Plainview. Em cada gesto, cada expressão facial, cada fala e, até, na ausência dela, Day-Lewis impõe seu estilo e mostra que ele era mesmo ‘o cara’ na festa do cinema de 2008. Na trama conduzida por Paul Thomas Anderson, o astro britânico interpreta um explorador de petróleo que só vive, age e pensa em torno do seu trabalho. Seu sonho? Conseguir tanto dinheiro que o permita viver longe do resto da humanidade, a quem despreza. Na longa jornada em busca da realização pessoal, passam pelo seu caminho o menino H.W (Dealon Freasier), a quem Plainview adota como filho e usa nas suas negociações mal-intencionadas, e o seu rival, o pastor Eli Sunday (Paul Dano tem que encarar a ‘fera’ Day-Lewis de frente. Fez um bom trabalho e foi indicado ao BAFTA inglês). Foto: Greys

A Via Láctea: cinema nacional na Terra da Garoa

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Foto: divulgação " A Via Láctea " é um drama de 2006, dirigido por Lina Chamie, que teve muitas das suas cenas filmadas numa Avenida Paulista congestionadíssima! No filme, o professor universitário Heitor (interpretado por Marco Ricca), sai na rua, descontrolado, em busca de um destino: a casa da namorada, Júlia (Alice Braga), para fazer as pazes e reatar o namoro que ela tinha acabado de terminar por telefone, por causa do ciúme excessivo do rapaz. O supense toma conta do espectador durante todo o tempo do filme até o seu final e conseguiu me pegar de surpresa.   Outras locações paulistas presentes na obra são a Rua São Carlos do Pinhal (Heitor mora no prédio que fica ao lado da Gazeta - fundos), a Livraria Francesa (da Barão de Itapetininga, 275, Centro), o Viaduto do Chá (visto de cima de um dos prédios da região) e o Viaduto Santa Ifigênia, numa sequencia de cenas muito bacanas de Alice Braga. É cinema nacional que vale muito a pena assistir.

Quero Ser Grande, de preferência, em Manhattan!

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Foto: divulgação Josh era, apenas, um garotinho de 13 anos de idade querendo impressionar a menina mais bonita da escola. Para conseguir isso, ele fez um pedido a uma máquina que prometia realizar desejos: " Quero Ser Grande ". E assim, o que parecia ser impossível, aconteceu. Da noite para o dia, Josh acordou um homem de 30 anos, na pele de ninguém menos que Tom Hanks. Para o menino com corpo de adulto, os desafios começaram quando ele se viu um estranho na própria casa (437, Greenmount Avenue, Nova Jersey), pois nem a mãe acreditou que aquele era o seu filho (vamos combinar que a mulher estava coberta de razão - risos!). Josh teve que partir para Manhattan em busca de trabalho e um lar, até conseguir reverter o processo todo e voltar a ser menino. Para quem assistiu o filme de 1988, uma mensagem muito sútil (e ainda atual) é dada quando vemos como a mente inocente de uma criança pode se transformar com as responsabilidades - e as agruras - do mundo adulto, num

Nebraska, a obra-prima em preto-e-branco de Alexander Payne

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Quando eu assisti “Sideways” pela primeira vez (em 2004), eu achei aquela história uma das melhores e mais belas que já tinha visto. Com “ 14e Arrondissement ” (que faz parte de “Paris, eu te amo”), eu me declarei apaixonada pelo estilo de Alexander Payne. Agora, com “ Nebraska ”, eu posso dizer essa relação minha com o diretor virou um caso de amor eterno!  Eu acho incrível o que Payne faz com os roteiros que decide levar para a telona (o de “Nebraska” é de Bob Nelson). Ele transforma problemas da vida de pessoas comuns em histórias extraordinárias, com sutileza, senso de humor e, sem carregar na carga dramática mais do que o que a história pede. É, praticamente, impossível ficar indiferente ao que Payne decide nos mostrar. Mãe e filho possuem opiniões diferentes sobre o tratamento a ser dado ao pai. “Nebraska” (2013) trata do  tema 'perdão' numa relação familiar e da recuperação da dignidade de um homem que, desde jovem, se envolveu com bebidas e, por conta dos

O rapaz e a jaqueta de "Top Gun - Ases Indomáveis"

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Foto: Divulgação Eu estava saboreando um café e lendo um livro. Dois homens, na mesa ao lado, conversavam tranquilamente. De repente, chegou um rapaz, deu boa-noite aos dois e disparou a pergunta: - Sabem aquele filme, Top Gun ? - Sei - respondeu um deles, confuso com a súbita intromissão. - Então, esta jaqueta é a que aparece no filme - confidenciou o rapaz, triunfante, mostrando a peça que estava vestindo. Bastou essa deixa para eu, discretamente, acompanhar a conversa. - Essa? - olhou, desconfiado, o outro indivíduo. Eu fiz o mesmo. - Sim! Como é o nome dele? Do ator? - perguntou o dono da valiosa vestimenta. - Tom Cruise - um deles respondeu. -   Pois então. Sabem aquela cena da praia, em que Tom Cruise anda de moto?  - Sei - respondem ambos amigos. - Ele estava com esta jaqueta e com "o" óculos ray-ban! - O sorriso do jovem era contagiante. - Com essa? E você comprou a jaqueta dele? - não pude deixar de rir - disc

"Marley e Eu" na ensolarada Miami

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Como resistir ao charme de um cãozinho tão fofo como Marley? John (Owen Wilson) e Jenny Grogan (Jennifer Aniston) não conseguiram e levaram o filhote de labrador para casa. Foi o suficiente para a vida deles mudar completamente. Logo o casal descobriu que o que Marley tinha de encantador e solidário, ele também tinha de bagunceiro, atrapalhado e rebelde. O cachorrinho era um furacão e uma 'ameaça' para a vizinhança. Um caso tão perdido que nem uma adestradora de animais consegue dar jeito... O filme Marley & Eu data de 2008 e foi inspirado no livro escrito pelo próprio John Grogan. A direção de David Frankel (de "O Diabo Veste Prada") nos leva da vontade de rir sem reservas a de chorar de emoção. O encanto de Marley é tanto que, quando o escritor criou uma coluna para contar sobre as travessuras diárias do seu cãozinho, o número de leitores do jornal para o qual ele trabalhava alavancou ( e Marley virou uma celebridade na Costa Sul americana). O

Cities of Love: Rio, Eu Te Amo

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Fotos do filme: Divulgação Assim que os créditos finais de  Rio, Eu Te Amo surgiram na tela, o que passou pela minha mente foi: “ se era para filmar essas histórias, que isso acontecesse mesmo na Cidade Maravilhosa !”. A terceira versão do projeto “Cidades do Amor”, idealizado por Emmanuel Benbihy, é – como se esperava - um espetáculo visual. Todos os cineastas mostraram o máximo que puderam da beleza do Rio. E a vontade que dá, assim que o filme acaba, é de correr para lá e saborear o burburinho todo que deve estar rolando na cidade por conta dessa estreia.   Se você está no Rio ou pensa em dar uma chegadinha lá por esses dias, minha proposta é que visite algumas das locações vistas no cinema.   Sua primeira parada pode ser o Centro. Ali, durante um dia qualquer, a moradora de rua, Dona Fulana/Fernanda Montenegro, tenta tomar um banho na   Praça Paris , enquanto que, numa bela noite, Rodrigo Santoro e Bruna Linzmeyer - um casal em crise - apresentam

Cities of Love: New York, I Love You

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A segunda cidade a receber uma declaração de amor de diretores famosos foi a “capital do mundo”, Nova York . O número de histórias do projeto idealizado por Emmanuel Benbihy e Frédéric Auburtin foi reduzido de dezoito (Paris) para onze, sendo dez delas com começo, meio e fim sequencial e uma que costura todas as outras. Com muita sensibilidade, somos brindados com pequenos trechos das vidas de artistas, batedores de carteiras, jovens estudantes rumo a festa de formatura, um casal que acaba de se conhecer e outro cujo relacionamento se desgastou e pede reinvenção, e assim por diante. Mais um presente para os amantes do mundo do cinema que adoram viajar pelo mundo real.  Como era de se esperar, eu elegi as m inhas três paixões em Nova York, Eu Te Amo : a história do pai afrodescendente que leva a filha loirinha para um passeio no Central Park (ele é um dançarino de sucesso, mas é confundido como sendo babá da menina); a da cantora que fez sucesso no passado e, num quarto de hot

Cities of Love: Paris, Je t´aime

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Fotos: divulgação Pequenos romances de bairro em 18 curtas histórias de amor... Assim começou, em 2006, umas das franquias mais interessantes do cinema: o filme coletivo, Paris, Je T´Aime , em que os idealizadores Emmanuel Benbihy e Frédéric Auburtin convidaram outros diretores para declararem seu amor à Paris. Além de mostrar franceses e estrangeiros vivendo situações comuns ou insólitas pelas ruas da Cidade Luz, o filme é um guia audiovisual para os amantes das viagens inspiradas na 7ª arte. Relembre as histórias do filme e escolha as suas favoritas: Montmartre , de Bruno Podalydes Quais de Seine , de Gurinder Chadha Le Marais , de Gus Van Sant Tuileries , de Joel e Ethan Coen Longe do 16º Distrito (Loin du 16e), de Walter Salles e Daniela Thomas Porta de Choisi (Porte de Choisy), de Christopher Doyle Bastille , de Isabel Coixet Praça das Vitórias (Place des Victoires), de Nobuhiro Suwa Torre Eiffel (Tour Eiffel), de Sylvain Chomet

Rota do glamour carioca: do Copacabana Palace ao Cassino da Urca

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  Você consegue imaginar o que era a cidade do Rio de Janeiro, entre as décadas de 1930 e 1940? Naquela época, os grandes nomes de Hollywood que visitaram a cidade fizeram, quase sem exceção, a rota do glamour: hospedaram-se no Copacabana Palace e divertiram-se no Cassino da Urca .   O “Copa”, como o luxuoso hotel ficou conhecido, foi inaugurado em 1923. Mas foi somente depois de aparecer no “Voando para o Rio” , lançado em 1933, que o hotel entrou na lista de desejos dos famosos do mundo inteiro. No filme, se Gene Raymond e Dolores Del Rio interpretam o par romântico, Fred Astaire e Ginger Rogers são quem roubam a cena: ao som de “ The Carioca ”, eles dançaram juntos pela primeira vez e, a partir de então, entraram para a história do cinema como o casal mais cultuado dos musicais. O hotel ganhou muito com esta publicidade hollywoodiana e, desde então, personalidades do cinema, da política, dos negócios e das artes andaram assinando o livro de ouro da elegante casa. Entre os

RioCineTour: "Interlúdio"

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Interlúdio ( Notorius, 1946 ), filme de  Alfred Hitchcock ambientado no Rio de Janeiro da década de 1940,  é considerado por muitos críticos de cinema como um dos melhores trabalhos do diretor inglês. Na trama, o  mestre do suspense escolhe a  Cinelândia , no centro da cidade, como p onto de encontro entre Devlin (Cary Grant) e Alicia (Ingrid Bergman). O agente do FBI e a espiã alemã, naturalizada americana, costumavam sentar nos bancos da Praça Floriano Peixoto para colocar os assuntos da missão em dia. A localização era estratégica, visto que a Embaixada dos Estados Unidos, local de trabalho de Devlin, ficava ali perto (a fachada da Biblioteca Nacional foi usada como sendo o edifício americano).  Quem viu o filme, sabe que Alicia foi contratada pelo FBI para aproximar-se de Alexander Sebastian (Claude Rains, que foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por este papel), líder de um grupo nazista, que usava o Rio como base na América do Sul. Quem ainda não viu “Inter