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Mostrando postagens de junho, 2013

"Os Amantes Passageiros" de Almodóvar

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Direto do escurinho do cinema para este blog: "Os Amantes Passageiros" ( Los Amantes Pasajeros ), o novo filme de Pedro Almodóvar. O mestre espanhol retomou o estilo 'comédia', depois de algumas produções mais densas, como "A pele que habito", "Volver" e "Abraços partidos". No início da trama, somos apresentados a um casal que trabalha no aeroporto, interpretado pela dupla espanhola mais famosa do 'mundo Almodóvar': Penélope Cruz e Antonio Banderas. Os dois fazem a cena que mostra o motivo do avião, depois de ter decolado, identificar que tem problemas para aterrissar, dando início a toda a trama. Almodóvar, Cruz e Banderas Dentro do avião, num universo colorido, extravagante e bizarro, somos apresentados à tripulação, composta por três comissários de bordo, o piloto e o co-piloto, e aos passageiros da classe executiva: uma dominatrix, um banqueiro, um ator de cinema, uma vidente virgem, um assassino profissional

Hotéis Literários: Plaza Hotel, Flórida, 1006, Buenos Aires

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O bar do Plaza foi para a literatura hispânica o mesmo que o bar do Ritz, em Paris, foi para a norte-americana. Por ele passaram o espanhol José Ortega y Gasset, o mexicano Octavio Paz, o peruano Mario Vargas Llosa, o cubano Heberto Padilla, o brasileiro Jorge Amado, Jose Luis Borges e Victoria Ocampo, como vizinhos... Em Agay, Gide visitou Antoine de Saint-Exupéry, que voltava da Argentina, de onde trazia um novo livro e uma noiva: "Eu li um, vi a outra. Felicitei-o muito: mas principalmente pelo livro; espero que a noiva também seja satisfatória". Saint-Exupéry falou-lhe longamente sobre seu camarada de aviação Guillaumet, que "fazia o serviço postal de X a Y (?); estávamos sem notícias dele há seis dias. Dizia-se que seu avião fora atingido por uma tormenta durante a travessia da cordilheira; ele deve ter caído em plena montanha, em uma região particularmente inacessível, desconhecida... [...] Tonio de Saint-Exupéry jantava em um hotel luxuoso de Buenos Aires q

"O Turista" numa Veneza Glamourosa

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" O Turista " é um filme que combina mistério, espionagem, uma dupla hollywoodiana de arrasar, belissimas paisagens parisienses e venezianas e muito glamour! Na trama, Elise (Anjelina Jolie, sofisticadíssima, como sempre!) é uma mulher misteriosa, que mantem um romance com um homem procurado pela polícia internacional e por bandidos. Num trem tomado na Gare de Lyon, em Paris, ela - propositalmente - aproxima-se de Frank (interpretado por um descabelado Johnny Deep), um professor de matemática viúvo, que segue de férias para Veneza. Nesta parte do filme, note a cena em que Elisa precisa passar da 1a para a 2a classe do trem: ela dá aquela respirada como quem diz "eu preciso fazer isso?". Muito divertida. O professor ainda não sabe, mas ele é uma espécie de isca nas mãos de Elisa, que precisa convencer os policiais de que ele é o seu aguardado amante, Alexander Pierce. Para mantê-lo por perto, ela o convida a dividir a mesma suite do Hotel Danieli (sim

Heleno, um ídolo do futebol brasileiro

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Na cidade do Rio de Janeiro, década de 1940, um jogador dividia opiniões. De um lado, era considerado talentoso e muito habilidoso em campo. Por outro lado, seu excesso de confiança o tornava um ser humano temperamental e muito problemático. Este era Heleno de Freitas, ídolo do Botafogo, que teve a vida transformada em filme, com Rodrigo Santoro no papel-título e direção de José Henrique Fonseca. Dentro de campo, o homem era um escândalo com a bola, porém, vivia em constante atrito com os seus colegas, a quem ele desprezava. Fora dos gramados, Heleno levava uma vida desregrada, dividindo o tempo entre mulheres, bebidas e cigarros. O jogador teve um longo relacionamento com Silvia (Alinne Moraes), com quem teve um filho, mas nunca abandonou uma cantora que conheceu dentro do Copacabana Palace, onde morava. O tempo cobrou os excessos cometidos por ele em forma de uma doença degenerativa, fazendo com que o jogador passasse o fim de sua vida num sanatório, em Barbacena, MG. Além do Botafo

Bloomsday: celebrando "Ulysses" de James Joyce

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Hoje é 16 de junho, dia conhecido como o "Bloomsday" , tanto na Irlanda, país de origem de James Joyce, autor de "Ulisses" , o livro que deu origem a esta celebração, como em diversos paises do mundo: os leitores de Joyce são universais e todos querem participar da festa. A forma que o blog "Viagem de Cinema" encontrou foi dedicando este espaço a um conteúdo especial sobre o autor, o livro, a editora, o filme, a cidade de Dublin e outras curiosidades que fazem a obra de Joyce continuar tão fascinante. James Joyce O mais celebrado escritor irlandês de todos (pode assinar embaixo:  t-o-d-o-s!) os tempos, nasceu em Dublin, em 02 de fevereiro de 1882, no berço de uma família próspera, mas que perdeu o dinheiro com o passar dos anos. Mesmo com dificuldades, Joyce foi educado em boas escolas jesuítas e na ‘University College of Dublin’. Jovem, ele foi morar em Paris e estudar Medicina, mas logo voltou a Dublin por conta de uma doença que acome

"O Grande Gatsby" com Leo DiCaprio e direção de Baz Luhrmann

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Está tudo lá: o Gatsby (Leo DiCaprio) excêntrico, fiel e apaixonado; a Daisy (Carey Mulligan) fútil, egoísta e indecisa; e, o Nick Carraway (Tobey Maguire) desconfiado, impressionado e desiludido. As festas de arromba ficaram mais pirotécnicas e coerografadas do que a versão de 1974 (que teve roteiro de ninguém menos que Francis Ford Coppola e os astros Robert Redford e Mia Farrow nos papéis principais). Os efeitos especiais precisaram aparecer, especialmente, para recriar a Manhattan da década de 1920, a famosa Era do Jazz (alías, o que não faltam são saxofonistas aqui e acolá pelas cenas do filme). Acho que Baz Luhrmann (australiano, rodou boa parte do filme em seu país de origem) atualizou o espetacular romance de Scott Fitzgerald (lançado em 1925 e recebido por crítica e público com entusiasmo). Enquanto assistia "O Grande Gatsby" ( The Great Gatsby ), fiquei imaginando se o escritor teria gostado do resultado coloridíssimo dado à sua obra e o quanto os ganhos co

Aos mestres, com muito carinho

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Prepare o lenço para ler este post. É quase impossível não se emocionar com as histórias destes três mestres inspiradores: o primeiro é Mr. Thackeray (Sidney Poitier), de "Ao Mestre, Com Carinho" (1967), seguido por Mr. Holland (Richard Dreyfuss), de "Mr. Holland, Adorável Professor" (1995); e, por último, Mr. Keating (Robbin Williams), de "Sociedade dos Poetas Mortos" (1989). Suas aulas (que podem ser apreciadas através de DVD´s) deixaram lições belíssimas e até hoje inspiram outros professores a usá-las em suas classes, numa tentativa de fazerem a diferença entre os seus alunos. De fazê-los pensar e agir como humanos. Mark Thackeray é um engenheiro desempregado que aceita dar aulas numa escola do East End londrino, enquanto a sua oportunidade profissional não aparece. Acontece que os alunos (e alunas) da North Quay Secondary School (atualmente, a Mulberry House, localizada na Johnson Street) pertencem a um grupo excluido socialmente e não po

Hiroshima, Meu Amor

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“Hiroshima, Mon Amour” (1959) é o primeiro longa do diretor francês, Alain Resnais (muito conhecido no Brasil pelos mais recentes “Amores Parisienses” e “Medos Privados em Lugares Públicos”). Nele, Resnais conta a história de uma atriz francesa (Emmanuelle Riva) e de um arquiteto japonês (Eiji Okada), que iniciam um caso de amor um dia antes dela retornar para a França. O filme combina a história de vida e sofrimento dos dois – cada um vivenciou a II Guerra Mundial de forma e em lugares diferentes – mas, ambos sofreram a perda de entes queridos antes que a bandeira da paz fosse estendida. O ambiente das filmagens não poderia ser mais propício: a cidade de Hiroshima, ainda em fase de reconstrução pós-bomba “Little Boy” (lançada sobre a cidade em 6 de agosto de 1945 e responsável pela destruição da cidade e morte de quase toda a sua população).      A atriz francesa Emmanuelle Riva em dois momentos: em "Hiroshima, mon amour" (na foto de cima, em 1959), e em &q

O Segredo de Brokeback Mountain

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‘O Segredo de Brokeback Mountain’ foi revelado ao mundo do cinema em 2005 e, desde então, entrou para a lista dos filmes mais comentados de todos os tempos na história do cinema. O motivo? O relacionamento amoroso entre os cowboys Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal), iniciado na década de 1960, nas frias montanhas de Brokeback. Apesar do sentimento mútuo, Ennis não teve coragem de assumir publicamente qualquer envolvimento com Jack, por medo da represália dos moradores da região de Wyoming, considerados os mais conservadores e machistas em solo americano. Entre idas e vindas, os dois se encontraram diversas vezes nas geladas montanhas até alguns anos antes da morte de Jack, no final da década de 1980. Baseado no livro de Annie Proulx (prêmio Pulitzer), o filme ganhou a direção perfeita de Ang Lee (que levou o Oscar por esse trabalho). Lembro-me do diretor ter dito na ocasião que, se iria filmar aquela história, ela a faria da forma mais real possí