Diane Keaton, Al Pacino e um pouco de Manhattan


Quando comecei a ler “Diane Keaton, agora e sempre” (Objetiva, 2012), eu só tinha um objetivo em mente: entender, pelas palavras da atriz (uma das minhas preferidas em Hollywood), como funcionou o seu amor por Al Pacino (o meu ator favorito desde O poderoso chefão). Eu sei que, antes e depois dele, Woody Allen e Warren Beatty passaram pela vida dela, mas, apesar de adorar o trabalho do primeiro e conhecer um pouco o do segundo, eu só me importava em saber como era amar o belo homem que deu vida a Michael Corleone e que dançou – cegamente – um dos tangos mais sensacionais do mundo do cinema, em "Perfume de Mulher" (ganhando o Oscar por isso). Simples assim.


Diane & Al: o meu casal preferido, nas telas e fora delas.
O casal Kay e Michael, no intervalo das filmagens de O Poderoso Chefão.

A partir do momento em que ela conheceu Al Pacino, poucos dias antes das filmagens do primeiro “O Poderoso Chefão” (The Godfather), até muito tempo depois do final da trilogia, Diane foi toda amores por ele. Numa das primeiras páginas de sua biografia, ela conta que Pacino sempre será o seu amor inatingível. Eles tiveram um longo relacionamento, permeado de idas e vindas – eram os “mestres da fuga”, como ela descreve os rompantes dos dois. Acredito que qualquer mulher que conhecesse Al Pacino na década de 1970 e tivesse a chance de acompanha-lo de perto e por muitos anos, como aconteceu com Diane, teria se apaixonado por ele. Além de ter um sorriso lindo e um certo ar distante, ele mostrou ter muita personalidade e ser brilhante no seu trabalho, características que despertam a admiração da maioria das mulheres. Algumas frases de Diane que me tocaram de forma particular:
Disse a mim mesma que não ligava para O poderoso chefão nem para Al Pacino, mas ligava. Principalmente, para Al Pacino... Recentemente, assisti ao filme mais uma vez e me apaixonei por Al de novo. Tudo de novo, o pacote inteiro”.
Michael Corleone e Kay Adams com os seus filhos na trama de O Poderoso Chefão Parte II

“Al se consumia com duas coisas: beisebol e teatro. Ele era um artista. Fazia com que eu pensasse na diferença entre ser artista e ser artístico. Eu sabia o meu lugar: era artística. Pela primeira vez, isso não tinha importância. Eu só queria que ele me amasse. Tenho quase certeza de que, na cabeça de Al, eu era uma amiga com quem ele podia falar. Por mais que adorasse ouvir, eu queria mais, muito mais. Infinitamente mais. Queria que ele me quisesse tanto quanto eu o queria”.
O casal durante as filmagens de O Poderoso Chefão Parte III. Ela diz, no livro, que deu um ultimato a Pacino, quando filmavam esta sequência: ou ele casava com ela ou estava tudo terminado!

“Não me importava se daria certo ou não. Ficava feliz de ouvi-lo ler Macbeth à meia-noite só para escutar o som da sua voz. Ele era maluco. Um grande maluco... Ele detestava despedidas. Preferia sumir tão misteriosamente quanto aparecia... Ele gostava de coisas simples. Eu gostava da simplicidade dele. Eu o amava, mas o meu amor não faria de mim uma pessoa melhor. Detesto dizer isso, mas eu não era simples. Eu era demais”.

O casal Al Pacino e Diane Keaton numa aparição pública.

Para mim, as três sequências de O poderoso chefão trataram de uma única coisa: Al. Simples assim. E quanto ao papel de Kay? O que resumiu? A imagem de uma mulher em pé no corredor esperando permissão para ser recebida pelo marido”.
Kay no famoso 'fechar de portas' do primeiro filme da trilogia.

Concordo, tristemente, com Diane. Fui apresentada ao seu trabalho através da trilogia O poderoso chefão, mas não achei a participação dela grande coisa em qualquer dos três filmes. Ela poderia ser maior, mais bem aproveitada. Porém, numa produção feita por homens e para homens, a única mulher que conseguiu marcar forte presença foi Talia Shire, a irmã do diretor Francis Ford Coppola. Sobre a história dos mafiosos mais famosos do cinema, achei os três filmes muito bem feitos, com uma trilha sonora inesquecível e belas paisagens americanas e italianas (leia os diversos posts sobre toda a trilogia neste blog). E, concordando com Diane, Al Pacino foi – e sempre será - a melhor parte de todo projeto. Como fã, fico triste do amor deles não ter dado certo. Mas, vai ver é por isso mesmo que considero o romance entre os dois tão intrigante. Espero vê-los em muitos outros filmes – juntos ou separados.

Curtindo o trabalho de Diane Keaton
É engraçado dizer isso, mas, apesar de O poderoso chefão ser o primeiro filme de Keaton que eu assisti, só comecei a gostar mesmo do seu trabalho quando a vi em “Alguém tem que ceder”(Something´s Gotta Give), um dos seus mais recentes sucessos. Curti todas as cenas da atriz (que leva muito o jeito para a comédia) e achei perfeita a sua parceria com Jack Nicholson. No livro, ela fala o quanto foi ‘bacana’ beijar Nicholson/Harry Sanborn e de como ficou encantada por ele (que negociou participação na bilheteria do filme) ter-lhe dado uma parte dos lucros. Um gentleman!



Diane Keaton & Woody Allen = Manhattan, neuroses & Oscar.
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (Anne Hall), que valeu-lhe o Oscar de Melhor Atriz em 1977, eu só vim assistir dias desses, no finalzinho de 2012. Diane conta que filmaram sem expectativas e se divertiram muito passeando por Manhattan. Sobre a cidade e o seu relacionamento com Woody Allen, ela narra:

“Todas as experiências culturais chegaram a mim por meio de Woody Allen, meu namorado. Ele me levou ao cinema para assistir a Persona, de Ingmar Bergman, e O discreto charme da burguesia, de Luis Buñuel. Na Madison Avenue, vimos pela vitrine a galeria de quadros expressionistas alemães de Serge Sabarsky. Fomos a pé ao Museu de Arte Moderna e vimos a exposição de Diane Arbus com curadoria de John Szarkowski... Penso na ponte da 59 Street em Manhattan e o quarteirão de casas de arenito pelo qual eu e Woody passamos na East 70 de Anne Hall. Não quero sair da cidade. Quero ficar”.
O livro de Diane Keaton não fala só de Al Pacino ou Woody Allen, apesar de os dois ganharem muitas páginas em sua história. Ele trata, também, da sua vida como filha de Dorothy Keaton e mãe de Dexter e Duke, um belo casal de crianças adotadas pela atriz e que, segundo ela, deram-lhe um novo sentido para a vida.  Apesar do meu interesse romantico em sua história com Pacino, o livro é uma lição de vida e de superação. Recomendo a sua leitura.

Comentários

  1. Infelizmente o Al Pacino nunca quis casar, sempre teve suas namoradas, mas nunca chegou a subir ao altar. Acho que deve ser por conta do casamento fracassado de seus pais, ou ele realmente não acredita no matrimônio. Hoje ele namora uma argentina, bem mais nova que ele e sortuda. Eu, sem sombra de dúvidas, não resistiria ao charme de Pacino, não importa com qual idade ele esteja.
    Aquele homem sempre teve um charme..

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    1. Juliana, compartilho com você da admiração por Al Pacino. Na minha opinião, além de um ator fantástico, ele deixou (e deixa) muitos corações partidos :-) Abraços.

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