"Ensaio sobre a cegueira"

Imagine uma cidade inteira, ou um país, ou até todo o planeta com a sua população cega? Como seriam as regras de sobrevivência? Existiria sobrevivência? No filme de Fernando Meirelles, baseado na obra de José Saramago, podemos ver que sim, mas seria caótica.

Na ânsia de garantir a sua própria existência, o ser humano se torna tão mesquinho quanto o é quando enxerga. Lembrei de uma frase que, dependendo do contexto e da necessidade, tudo se adequa. E é isso que, de certa forma, enxergamos no filme. Pessoas presas num hospital público, abandonadas a sua própria sorte, tentando salvar a própria pele e garantir mais um dia de vida. Para isso, cada qual faz o seu esforço, mesmo que isso signifique infrigir regras de cunho moral. Cegos replicam naquele espaço o que aprenderam no mundo "real": uso da força e das armas como forma de poder. O sentido da amizade feita em momentos assim e que aproxima estranhos como se fossem unidos por laços de sangue é muito expressivo.

O livro não informa a cidade. Todavia, quem mora em São Paulo consegue identificar, perfeitamente, as cenas rodadas no Viaduto do Chá, na Marginal Pinheiros e no "Minhocão", dentre outras.

É um filme para assistir com a visão e a mente. Depois de ter visto um pouco da história de Saramago em "José e Pilar", me interessei por sua obra: primeiro, o filme "Ensaio sobre a cegueira", segundo, o livro "O evangelho segundo Jesus Cristo". 

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